Por: Adalgisa
Bandeira de Araujo
Pedagogia
(Ufac) e Mestre em Turismo (UnB)
E-mail:
adal.araujo@gmail.com
Hoje
vamos falar do Seringal Cachoeira. Mostraremos o que esse local tem para
oferecer aos turistas. Iniciaremos com um pequeno histórico para que todos
possam perceber o quanto este marco na questão dos movimentos ambientais das
décadas de 1970 e 1980 mudou o país, e em especial, o Estado do Acre,
democratizando sua a política ambiental, cultural e social. Nele se iniciaram os “empates” [1]
pelos seringueiros liderados pelo sindicalista Chico Mendes. O Seringal Cachoeira localiza-se no Projeto
de Assentamento Agroextrativista Chico Mendes (PAEX) da Reserva Extrativista
Chico Mendes (Resex-CM) no Alto Acre, distante 197 km de Rio Branco.
Legalizada pelo Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), sob a portaria
nº 286 de 23 de outubro de 1996. Desapropriada pelo Decreto 96.395 de 22/07/88,
teve a emissão de posse concedida para 68 famílias, em 12/01/89, sendo hoje o
total de 87 famílias; sua área atual é de 24.898,202 ha, sendo seu perímetro de
109.039,07 metros.
Seu acesso se dá pela BR-317 (no sentido Rio Branco
– Brasileia) até o local conhecido por “entroncamento”, onde mais adiante
entrando à esquerda no Ramal do Cachoeira (16km)
se chegará ao núcleo do seringal, a Fazendinha, com várias unidades de produção
- habitação de seringueiros, e a pousada ecológica Seringal Cachoeira.
Nele são executados projetos de exploração de
riquezas naturais extrativistas por meio de parcerias com instituições
governamentais e não-governamentais, por meio de atividades economicamente
viáveis, socialmente justas e ecologicamente sustentáveis, como a coleta da
castanha do Brasil, extração do látex e extração de madeira, todas executadas
pelas populações tradicionais locais e suas representações legais.
O local é símbolos da luta
pela preservação dos costumes tradicionais extrativistas dos seringueiros e
castanheiros pelas terras que hoje habitam. Eles que lutavam pela manutenção de
seus modos de vida tradicionais e consequentemente, a conservação da floresta
em pé, conseguiram algo bem maior - a criação das reservas extrativistas, a sua
reforma agrária; ou seja, o direito de viver e usufruir das terras que habitam
e habitaram seus ancestrais. Sua cultura se baseia no conceito de
sustentabilidade socioambiental de sua cadeia produtiva, proporcionando elementos
que possibilitam a construção de conscientização e respeito aos recursos
naturais, além da valorização do saber tradicional das comunidades
seringueiras.
Hoje já não existem
conflitos, é tempo de paz e prosperidade. A época dos “empates” ficou para
trás; desta, restam apenas as lembranças que jamais serão esquecidas, e que
ainda estão presentes na memória dos moradores antigos - os amigos,
companheiros, irmãos, primos, tios, pais, daquele que perdeu a vida pelo
movimento dos seringueiros – Chico Mendes. Estas memórias hoje atraem os
turistas em busca de ouvi-las em uma roda de conversa, ao cair da noite, na
casa de algum ex-companheiro do ex-líder sindical; ao ar livre em uma noite
estrelada; ou iluminados pela bucólica luz da antessala da pousada ecológica.
Entre outras atividades de manejo encontra-se a
madeireira de forma racional e sustentável. Este processo compreende a seleção
da espécie desejada, verificando-se, se a retirada da mesma não causará
desequilíbrio ao ecossistema, e se ela é uma árvore “mãe” – com no mínimo 40cm
de diâmetro – com uma “filha” e duas “netas”. Nesse caso retira-se a mãe, pela
técnica de derrubada de impacto reduzido. Dessa forma, se origina um modo de
vida capaz de beneficiar os habitantes da floresta, sem, no entanto, danificar
seu ecossistema e sua biodiversidade.
Em visita no Seringal Cachoeira os turistas poderão interagir e ver ...
· Seringueiros - extrator do látex das seringueiras e coletador de castanha do Brasil, uma
figura importante no processo de transformação da área de propriedade
particular para Projeto de Assentamento Agroextrativista e de defesa da
Amazônia e de sua biodiversidade, juntamente com o ambientalista Chico Mendes e
chefe de uma unidade de produção.
Unidades de produção – Nela se encontram tudo que seus moradores necessitam, como por
exemplo, a casa – que antigamente eram chamadas de tapiri, era
construída utilizando-se de madeira roliça, paxiúba e cobertas de palhas do coqueiro
jaci ou ouricuri extraídos da própria colocação. Porém, suas casas hoje tem
arquitetura diferente daquelas de antigamente. Receberam influência das
moradias da cidade: são construídas de tábuas rústicas, colhidas e
confeccionadas no local, cobertas de telhas de amianto ou de zinco, recebem
pinturas coloridas, dispõem de energia elétrica convencional ou de geradores
portáteis e são mobiliadas com equipamentos que não deixam a desejar em nada
para com os moradores das cidades. Quase todos os moradores têm veículos
próprios, em sua maioria motocicletas. Apenas um detalhe denota moradia rural,
é a decoração dos interiores das casas, que em sua maioria, consiste de mimos
de arranjos de flores artificiais e quadros com fotos de familiares pendurados
nas paredes ou de pôsteres de personalidades famosas recortadas de jornais e
revistas e colados na parede da sala. As
Estradas de Seringa - caminhos feitos pelo seringueiro no
interior da floresta interligando uma seringueira nativa à outra, estando elas
próximas ou não, com a finalidade de facilitar a coleta do látex. Castanheiras
– árvores que produzem a castanha do Brasil, cujo nome científico é bertholletia excelsa. Casa de farinha
– local onde é produzida a farinha de mandioca, moenda – onde se produz os derivados
da cana de açúcar (nem todas as unidades de produção do seringal têm estes dois
últimos equipamentos - a casa de farinha e a moenda). Locais de criação de
animais como gado, porcos, ovelhas e aves como galinha, pato, peru,
marreco, outros. Roçados – são as áreas de cultivo onde o seringueiro e
sua família planta arroz, feijão, milho, mandioca, cana de açúcar, melancia,
jerimum e outros legumes e grãos. Mata nativa - a exuberância da
floresta Amazônica se deve em especial a grande quantidade e variedade de
árvores que nascem e crescem de forma natural, por meio da ação do vento ou por
meio dos animais que dela se alimentam. No seringal Cachoeira há grande
variedade de seringueiras, castanheiras, paus d’arcos, cumarus, samaúmas e
outros.
· Uma réplica da escola do antigo projeto Seringueiro, desenvolvido
pelo Centro dos Trabalhadores da Amazônia – CTA, cujo modelo arquitetônico compreende paredes no formato octogonal
(oito lados) e claraboia no teto. Este modelo padronizado de escolas
proporciona iluminação, ventilação natural e aproveitamento adequado dos
espaços na aplicação da didática pedagógica que desenvolveu métodos e cartilhas
próprias, fundamentados no saber tradicional das populações seringueiras. Hoje,
esta edificação é um anexo da que foi construída no padrão das escolas
tradicionais urbanas no formato retangular com salas separadas em séries, (a
pedido da comunidade local).
·
Ramais – no Acre as estradas
vicinais ou estradas de chão são conhecidas como ramais, caminhos abertos com
máquinas de terraplanagem, em meio à floresta permitindo acesso às colocações
onde residem os colonos e seringueiros. Geralmente são ladeados de grandes
variedades de árvores de pequeno, médio e grande porte, no qual, eventualmente,
se pode observar animais e pássaros.
·
Varadouros - são
caminhos menores abertos pelos moradores a golpes de terçados, (facões)
machados e outros para permitir tráfego a pessoas, animais e cargas interligando
uma colocação de seringueiro a outras mais distantes.
·
Fauna e flora - ver
espécies animais (eventualmente) e vegetais regionais nas unidades de
produção.
Informações:
Cooperativa
dos Produtores Florestais Comunitários – COOPERFLORESTA
Av. Brasil, 099, 1º Piso –
Sala 02 – Centro - Rio Branco/AC – CEP: 69.908-670. Tel/fax: (68) 3222-7252 -
E-mail: cooperfloresta@yahoo.com.br
Associação
dos Moradores e Produtores do Projeto de Assentamento Agroextrativista Chico
Mendes - AMPPAE-CM –
Presidente: Maria de Nazaré Vieira Mendes. (Informações na escola do Seringal
Cachoeira).
Secretaria
de Estado de Turismo e Lazer - SETUL
Av. Chico Mendes, s/nº - (Estádio
Arena da Floresta), Bairro Corrente – CEP: 69909-260. Tel/Fax: (68) 3901-3024 /
3901-3027 ou no e-mail: gabinete.setul@ac.gov.br
Centro
de Informações Turísticas - CAT
Av. Getúlio Vargas, s/nº (Praça
dos Povos da Floresta) Centro (onde tem a estátua do Chico Mendes). Para falar
com nossos colaboradores do CAT (se você estiver em Rio Branco): digite o
número 3901-3029 ou ligue grátis para o nº 0800-647-3998.
Se você não estiver em Rio
Branco e precisa de informações turísticas digite o número da operadora de sua
escolha+68+o número 3901-3029 ou ligue
grátis para o nº 0800-647-3998 e fale com nossos colaboradores.
Para quem estiver fora do
Brasil (e precisar fazer ligação internacional para obter informações
turísticas sobre o Acre) digite: 00+55+o número da operadora+68+o número
3901-3029 ou 3901-3027.
O horário de atendimento
do CAT de segunda a sábado é das 8h às 18h e aos domingos e feriados no horário
das 16h às 20h.
QUEM LEVA O TURISTA
Eme Amazônia Turismo
E-mail:
contato@emeamazonia.com.br / cassiano@ emeamazonia.com.br
Website:
www.emeamazonia.com.br
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Travessa da Capitania, nº 40, Mercado Velho, Centro, Rio Branco, Acre, Brasil,
CEP 69918-240
Tel: (68)
3222-8838 / (68) 8100-8000
Skype:
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Se
ligue! Se informe e visite o Acre!
MUITO
OBRIGADO PELA AUDIÊNCIA!
ATÉ
O PRÓXIMO PROGRAMA!
[1]
Os empates eram movimentos sociais pacíficos, onde mulheres e crianças seguiam
em cortejo para as frentes de desmatamentos, no sentido de sensibilizar os
“jagunços dos desmatamentos” para que parassem com a derrubada das matas. Mais
informações em MARTINS, Edilson. Chico Mendes: um povo da floresta. Rio de
Janeiro: Editora Garamond, 1998.
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