Por: Ms. Adalgisa Bandeira de Araujo
Lic. Pegagogia (Ufac) e Mestre em Turismo (UnB)
As trilhas, querendo ou não, representam interferência do homem na natureza causando impacto físico, visual, sonoro restringindo essa interferência a um único e delimitado itinerário. Usualmente, as trilhas ecoturísticas passam por ambientes naturais frágeis ou carentes de proteção. Tais efeitos ocorrem principalmente na superfície da trilha afetando, diretamente, pelo menos, uns três metros ao longo desta.
Há quatro elementos ambientais sob influência direta do uso de trilhas:
a) Solo – Impactos e erosões são dois fatores que provocam alterações no solo. O pisoteamento produz impacto direto, provocando exposição das raízes, doenças, quedas, diminuição da capacidade de retenção do ar e absorção de água, alterando, dessa forma, a capacidade do solo de sustentar a vida vegetal e animal. A alteração e eliminação da vegetação facilitam o processo de erosão.
b) Vegetação – Quando uma trilha é aberta altera a luminosidade do local facilitando o crecimento de plantas tolerantes à luz, antes subjugada pela falta desta, ocasionando a descaracterização no local e modificação no ecossistema. O constante pisoteamento compacta o solo dificultado a planta de se desenvolver, além do mais os caminhantes podem trazer, nos próprios pés, plantas de outros ecossistemas, para onde a trilha está instalada, como as ervas daninhas.
c) Fauna – em relação à fauna o impacto de trilhas pode incidir na quantidade das espécies, ou seja provocar um aumento nas espécies tolerantes à presença humana e diminuição de indivíduos ou até afugentamento das espécies mais sensíveis. O recomendável é, desviar a trilha ou até fechá-la no período crítico, caso se identifique um ninhal ou refúgio de determinadas espécies; considerando ainda que as trilhas podem interferir no deslocamento e passagem das espécies animais.
d) Incidência de: lixo, incêndio, vandalismo – Os turistas trilheiros devem ser orientados a trazer o seu lixo de volta e depositá-lo em local adequado. A evitar qualque atitude que provoque incêndios. A não ceder à tentação de coletar lembranças de elementos da flora e fauna. Os guias locais devem ter muito cuidado com as demonstrações; uma lasca de árvore, um galho, uma planta arrancada pode perturbar a dinâmica do ambiente.
Fonte pesquisada: WWFBRASIL. Manual de ecoturismo de base comunitária: ferramentas para um planejamento responsável. Brasília: WWFBrasil, 2003.
